A dinastia carolíngia, como sucessora da merovíngia, revelou-se capaz de estender sua influência à maior parte da Europa ocidental. Pepino o Breve dedicou-se a ampliar os limites de seu reino, com o que a Gália se tornou a partir de então uma unidade territorial regida por uma coroa única, mas foi seu filho e sucessor, o futuro imperador Carlos Magno, quem levou o reino dos francos a seu período de glória. Os sucessivos ataques dos lombardos na Itália levaram o papa Adriano I a pedir ajuda a Carlos Magno que, no ano 774, conseguiu vencê-los e reclamou para si o título de rei desse povo. A Itália passou à esfera política dos francos. As campanhas militares de Carlos Magno continuaram por muitos anos, durante os quais ele derrotou saxões, frisões, bávaros e ávaros. Carlos Magno foi proclamado defensor da cristandade europeia e da igreja, e todos os demais reinos reconheceram a superioridade do reino franco. O papa Leão III, que precisava de apoio militar constante, coroou-o imperador no Natal do ano 800, e ele foi aclamado pelo povo como "augusto". Com isso, Carlos Magno uniu sua força e prestígio políticos ao título de imperador, até então reservado aos monarcas bizantinos que, forçados pela situação crítica em que se encontravam, em guerra contra búlgaros e árabes, reconheceram o título imperial do rei dos francos. Durante o reinado do novo imperador do Ocidente, a Europa experimentou notável desenvolvimento cultural, que se tornou conhecido sob o nome de "renascimento carolíngio". Preocupado com a pouca cultura do clero e dos funcionários imperiais, Carlos Magno mandou construir escolas nos mosteiros, catedrais e em sua própria corte. A obra do imperador lançou a ideia da Europa como unidade religiosa e cultural. Com sua morte, no ano 814, a coroa passou a seu filho Luís I o Piedoso. Entretanto, a crescente influência da nobreza e a proliferação das relações feudais debilitaram a monarquia e desestruturaram a unidade política. As lutas pela igualdade de herança e pela divisão territorial entre os filhos de Luís I precipitaram a desagregação do império fundado por Carlos Magno. No ano 843, o Tratado de Verdun definiu as fronteiras dos reinos que couberam aos filhos de Luís I: o de Lotário I, que também ficou com o título imperial, o de Luís o Germânico e o de Carlos o Calvo. Carlos III o Gordo, que tinha conseguido reunir quase todos os territórios do império franco, abdicou no ano 887. Foram criados então seis reinos independentes: França, Itália, o reino franco oriental (Alemanha), Provença, Borgonha e Lorena. Durante o século IX, os muçulmanos da Espanha constituíram uma força política unificadora e expansionista. No norte foram fundados reinos cristãos que logo estenderam seus territórios para o sul, com a Reconquista. Entretanto, a convivência entre muçulmanos e cristãos predominou por vários séculos. A vida económica reviveu durante o período de domínio árabe, e as artes e ciências fizeram grandes progressos. Nessa época, a Europa sofreu a invasão de uma segunda onda de povos bárbaros vindos do norte, que agiram, segundo a ocasião, de forma pacífica ou agressiva. Noruegueses, suecos e dinamarqueses, conhecidos como viquingues ou normandos, perpetraram ataques e invasões, sobretudo contra o litoral da Europa ocidental. A Irlanda sofreu, desde o ano 834, contínuos ataques dos noruegueses e, mais tarde, na segunda metade do século IX, dos dinamarqueses, o que provocou a fuga de numerosos monges para a França. Os normandos penetraram no interior da Europa, chegaram a Paris e a outras cidades do continente e fixaram-se no noroeste da França (Normandia) no ano 924. A partir de meados do século IX, conquistaram o centro e o norte da Inglaterra. No fim do século IX um novo povo atacou as fronteiras orientais da Europa: os húngaros, ou magiares. Ocuparam rapidamente a região do Danúbio, de onde partiram para incursões pela Itália, França e Alemanha. Em 1066, os normandos do noroeste da França, chefiados por Guilherme o Conquistador, invadiram a ilha. Desde então, intensificaram-se os contactos entre o arquipélago britânico e o continente. Na França, a monarquia foi incapaz de manter a unidade do reino. Os nobres se opuseram à coroa em defesa de seus próprios interesses. Até o século XI as monarquias europeias viveram um período de retrocesso económico em consequência das constantes guerras, das ondas de invasões, da cessação do comércio e do baixo rendimento agrícola. A insegurança, que manteve isoladas as populações europeias durante muito tempo, favoreceu a implantação do feudalismo. Esse sistema, cujas raízes remontam ao fim do Império Romano, caracterizou-se pela estruturação da sociedade com base na relação jurídica denominada vassalagem, estabelecida entre senhor feudal e vassalo ou servo, na qual o senhor proporcionava protecção em troca de fidelidade, trabalho e pagamento de tributos. Ao feudo, unidade física da relação de vassalagem, pertenciam seus habitantes, que passavam a vassalos do senhor a quem fosse transmitido o território habitado e cultivado por eles. Do ponto de vista económico e social, o feudalismo acarretou a divisão da sociedade em duas classes básicas: a nobreza, com diferentes graus de poder até a cúpula real, e o campesinato, cuja subordinação transformou-se gradualmente em relação de servidão. O feudalismo determinou a atomização do poder político, pois a sucessão de relações pessoais entre o rei e a alta nobreza, e entre esta e os pequenos senhores, criou um sistema de jurisdições e fidelidades particulares apenas simbolicamente subordinadas à autoridade monárquica. Além disso, a concessão de cargos administrativos com base nos feudos contribuiu para romper a unidade política dos diferentes reinos. Também a igreja se viu mergulhada na divisão da sociedade em classes, ou estados. Bispados, abadias e mosteiros possuíam grandes feudos e mantinham com seus vassalos o mesmo tipo de relações que os senhores leigos. Entretanto, a igreja teve papel fundamental na conservação e transmissão dos conhecimentos antigos e contribuiu para manter a unidade cultural da Europa, principalmente com a expansão da ordem beneditina.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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8 comentários:
a igreja sempre teve um papel fundamental na história né? poxa que legal
adoro voces meninas
fico por aqui
seilah
achei iraaado
bjos s2
fiz um trabalho sobre Carlos Magno, o blog de voces me ajudou :) vou sempre visitar
muita sorte pra voces
Gostei desse post aqui tbm, pois sempre visito vários e vários blogs, mas dentre todos que visitei hoje, esse foi o unico que citou a importancia da Igreja na Dinastia Carolíngia,na transmissão dos conhecimentos de seus antepassados e na contribuição de conhecimentos e culturas européias, parabéns!
beijos.
a cheylla tava inspirada IESHAOASOEIAOI
gostei do blog ;] mais nao intendo mt de historia :(
xoxo ;*
carlos magno mandou construir escolas nos mosteiros, adoro ele =D
beijux meninas e atualizem....
Bispados, abadias e mosteiros possuíam grandes feudos? que injustiça, a igreja era algo muito importante naquela epoca, até demais :~ tenho pena das pessoas, principalmente dos servos.......
O blog está ótimo. Tão bom que eu faço faculdade e estou pegando referências dele :)
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