segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Dinastia Carolíngia


A dinastia carolíngia, como sucessora da merovíngia, revelou-se capaz de estender sua influência à maior parte da Europa ocidental. Pepino o Breve dedicou-se a ampliar os limites de seu reino, com o que a Gália se tornou a partir de então uma unidade territorial regida por uma coroa única, mas foi seu filho e sucessor, o futuro imperador Carlos Magno, quem levou o reino dos francos a seu período de glória. Os sucessivos ataques dos lombardos na Itália levaram o papa Adriano I a pedir ajuda a Carlos Magno que, no ano 774, conseguiu vencê-los e reclamou para si o título de rei desse povo. A Itália passou à esfera política dos francos. As campanhas militares de Carlos Magno continuaram por muitos anos, durante os quais ele derrotou saxões, frisões, bávaros e ávaros. Carlos Magno foi proclamado defensor da cristandade europeia e da igreja, e todos os demais reinos reconheceram a superioridade do reino franco. O papa Leão III, que precisava de apoio militar constante, coroou-o imperador no Natal do ano 800, e ele foi aclamado pelo povo como "augusto". Com isso, Carlos Magno uniu sua força e prestígio políticos ao título de imperador, até então reservado aos monarcas bizantinos que, forçados pela situação crítica em que se encontravam, em guerra contra búlgaros e árabes, reconheceram o título imperial do rei dos francos. Durante o reinado do novo imperador do Ocidente, a Europa experimentou notável desenvolvimento cultural, que se tornou conhecido sob o nome de "renascimento carolíngio". Preocupado com a pouca cultura do clero e dos funcionários imperiais, Carlos Magno mandou construir escolas nos mosteiros, catedrais e em sua própria corte. A obra do imperador lançou a ideia da Europa como unidade religiosa e cultural. Com sua morte, no ano 814, a coroa passou a seu filho Luís I o Piedoso. Entretanto, a crescente influência da nobreza e a proliferação das relações feudais debilitaram a monarquia e desestruturaram a unidade política. As lutas pela igualdade de herança e pela divisão territorial entre os filhos de Luís I precipitaram a desagregação do império fundado por Carlos Magno. No ano 843, o Tratado de Verdun definiu as fronteiras dos reinos que couberam aos filhos de Luís I: o de Lotário I, que também ficou com o título imperial, o de Luís o Germânico e o de Carlos o Calvo. Carlos III o Gordo, que tinha conseguido reunir quase todos os territórios do império franco, abdicou no ano 887. Foram criados então seis reinos independentes: França, Itália, o reino franco oriental (Alemanha), Provença, Borgonha e Lorena. Durante o século IX, os muçulmanos da Espanha constituíram uma força política unificadora e expansionista. No norte foram fundados reinos cristãos que logo estenderam seus territórios para o sul, com a Reconquista. Entretanto, a convivência entre muçulmanos e cristãos predominou por vários séculos. A vida económica reviveu durante o período de domínio árabe, e as artes e ciências fizeram grandes progressos. Nessa época, a Europa sofreu a invasão de uma segunda onda de povos bárbaros vindos do norte, que agiram, segundo a ocasião, de forma pacífica ou agressiva. Noruegueses, suecos e dinamarqueses, conhecidos como viquingues ou normandos, perpetraram ataques e invasões, sobretudo contra o litoral da Europa ocidental. A Irlanda sofreu, desde o ano 834, contínuos ataques dos noruegueses e, mais tarde, na segunda metade do século IX, dos dinamarqueses, o que provocou a fuga de numerosos monges para a França. Os normandos penetraram no interior da Europa, chegaram a Paris e a outras cidades do continente e fixaram-se no noroeste da França (Normandia) no ano 924. A partir de meados do século IX, conquistaram o centro e o norte da Inglaterra. No fim do século IX um novo povo atacou as fronteiras orientais da Europa: os húngaros, ou magiares. Ocuparam rapidamente a região do Danúbio, de onde partiram para incursões pela Itália, França e Alemanha. Em 1066, os normandos do noroeste da França, chefiados por Guilherme o Conquistador, invadiram a ilha. Desde então, intensificaram-se os contactos entre o arquipélago britânico e o continente. Na França, a monarquia foi incapaz de manter a unidade do reino. Os nobres se opuseram à coroa em defesa de seus próprios interesses. Até o século XI as monarquias europeias viveram um período de retrocesso económico em consequência das constantes guerras, das ondas de invasões, da cessação do comércio e do baixo rendimento agrícola. A insegurança, que manteve isoladas as populações europeias durante muito tempo, favoreceu a implantação do feudalismo. Esse sistema, cujas raízes remontam ao fim do Império Romano, caracterizou-se pela estruturação da sociedade com base na relação jurídica denominada vassalagem, estabelecida entre senhor feudal e vassalo ou servo, na qual o senhor proporcionava protecção em troca de fidelidade, trabalho e pagamento de tributos. Ao feudo, unidade física da relação de vassalagem, pertenciam seus habitantes, que passavam a vassalos do senhor a quem fosse transmitido o território habitado e cultivado por eles. Do ponto de vista económico e social, o feudalismo acarretou a divisão da sociedade em duas classes básicas: a nobreza, com diferentes graus de poder até a cúpula real, e o campesinato, cuja subordinação transformou-se gradualmente em relação de servidão. O feudalismo determinou a atomização do poder político, pois a sucessão de relações pessoais entre o rei e a alta nobreza, e entre esta e os pequenos senhores, criou um sistema de jurisdições e fidelidades particulares apenas simbolicamente subordinadas à autoridade monárquica. Além disso, a concessão de cargos administrativos com base nos feudos contribuiu para romper a unidade política dos diferentes reinos. Também a igreja se viu mergulhada na divisão da sociedade em classes, ou estados. Bispados, abadias e mosteiros possuíam grandes feudos e mantinham com seus vassalos o mesmo tipo de relações que os senhores leigos. Entretanto, a igreja teve papel fundamental na conservação e transmissão dos conhecimentos antigos e contribuiu para manter a unidade cultural da Europa, principalmente com a expansão da ordem beneditina.


8 comentários:

Anônimo disse...

a igreja sempre teve um papel fundamental na história né? poxa que legal
adoro voces meninas
fico por aqui

Anônimo disse...

seilah
achei iraaado
bjos s2

Anônimo disse...

fiz um trabalho sobre Carlos Magno, o blog de voces me ajudou :) vou sempre visitar
muita sorte pra voces

Anônimo disse...

Gostei desse post aqui tbm, pois sempre visito vários e vários blogs, mas dentre todos que visitei hoje, esse foi o unico que citou a importancia da Igreja na Dinastia Carolíngia,na transmissão dos conhecimentos de seus antepassados e na contribuição de conhecimentos e culturas européias, parabéns!

beijos.

Anônimo disse...

a cheylla tava inspirada IESHAOASOEIAOI

gostei do blog ;] mais nao intendo mt de historia :(

xoxo ;*

Anônimo disse...

carlos magno mandou construir escolas nos mosteiros, adoro ele =D

beijux meninas e atualizem....

Anônimo disse...

Bispados, abadias e mosteiros possuíam grandes feudos? que injustiça, a igreja era algo muito importante naquela epoca, até demais :~ tenho pena das pessoas, principalmente dos servos.......

nina de deus disse...

O blog está ótimo. Tão bom que eu faço faculdade e estou pegando referências dele :)