sexta-feira, 20 de junho de 2008

Curiosidades da Idade Média II

No período correspondente à Idade Antiga e Média, as pessoas acendiam velas para fazer suas atividades noturnas como, por exemplo, jantar, tomar banho, entre outras. Na Idade Média, as pessoas que eram designadas ao trabalho braçal seguravam as velas para que seu senhor enxergasse o que fazia. Em eventos e estabelecimentos que só funcionavam à noite, colocavam garotos para acender e segurar velas. Por causa dessa atividade foi que surgiu na França a expressão “tenir la chandelle”, essa expressão também era usada para definir o trabalho desempenhado por criados que seguravam candeeiros para que seus patrões pudessem ter relações sexuais com luz, porém durante todo o ato sexual eles deveriam manter-se de costa de forma a não invadir a privacidade do casal.

Ao longo do tempo o termo “segurar vela” ganhou diferentes definições, a mais recente é a utilizada para designar o papel de um amigo solteiro que acompanha um casal de namorados, esse fica "sobrando e/ou atrapalhando" o clima romântico do casal.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ana Bolena e Henrique VIII

Ana Bolena ou Anne Boleyn, Marquesa de Pembroke (c. 1500 - 19 de Maio, 1536) foi a segunda mulher de Henrique VIII de Inglaterra e mãe da rainha Elizabeth I. O seu casamento com Henrique VIII foi polêmico do ponto de vista político e religioso e resultou na criação da Igreja Anglicana. A ascensão e queda de Ana Bolena, considerada a mais controversa rainha consorte de Inglaterra, inspiraram inúmeras biografias e obras ficcionais.

Primeiros Anos




Ana era filha de Thomas Boleyn, Conde de Wiltshire e de Isabel Howard, filha do Duque de Norfolk. A data e local do seu nascimento permanecem incertos no intervalo 1495-1509, sendo 1500 o mais provável. Ana foi educada nos Países Baixos, na corte de Margarida, Arquiduquesa da Áustria. Por volta de 1514, viajou para a corte francesa onde se tornou numa das aias da rainha Cláudia de Valois (mulher de Francisco I), onde aprendeu a falar francês e se familiarizou com a cultura e etiqueta deste país. Esta experiência haveria de se mostrar decisiva na formação da sua personalidade.

Em Janeiro de 1522, Ana Bolena regressou a Inglaterra por ordens do pai e entrou ao serviço de Catarina de Aragão, a consorte do rei Henrique VIII de quem a sua irmã Maria Bolena era então a amante oficial. Neste período, Ana desenvolveu uma relação com Henry Percy, o filho do Conde de Northumberland, e os dois chegaram a estar secretamente noivos. O casamento foi impedido por Thomas Boleyn por razões incertas e Ana foi afastada da corte. Em meados de 1525, estava de regresso e no ano seguinte, substituiu a sua irmã mais nova nas atenções do rei. A princípio Ana rejeitou todos os avanços de Henrique VIII, mas em 1527 o rei pediu-a em casamento e ela aceitou, sem ceder em tornar-se sua amante. O início desta relação ao que tudo indica platônica, parece ter desapontado o desejo do rei em procurar o fim do casamento com Catarina de Aragão, que se aproximava da meia idade e já não parecia capaz de produzir um herdeiro varão para a casa de Tudor.

O poder de Ana aumentou de forma exponencial. Tornou-se influente na diplomacia inglesa ao estabelecer uma relação de amizade com Monsieur de la Pommeraye, o embaixador francês que estava apaixonado por ela. O diplomata John Barlow era também um admirador e espiava no Vaticano às suas ordens. Em 1532, Henrique VIII tornou-a Marquesa de Pembroke, fazendo-a a primeira mulher a receber um título nobiliárquico de seu pleno direito. A sua família foi também beneficiada: o pai recebeu o Condado de Ormonde e o irmão George Boleyn tornou-se Visconde Rochford. Ana não era no entanto uma personagem popular. Em 1531 os apoiantes da rainha Catarina organizaram uma manifestação contra Ana Bolena que reuniu 8.000 mulheres nas ruas de Londres.

Os 1000 Dias

Finalmente, em 1532, em Calais, Henrique VIII e Ana Bolena tornaram-se amantes. Tem-se especulado bastante em torno das razões que levaram a esta cedência após tantos anos de resistência por parte de Ana. A 25 de Janeiro de 1533, antes do anúncio oficial da dissolução unilateral do casamento com Catarina de Aragão, Henrique casou-se secretamente com Ana no Palácio de Whitehall. Esta pressa pode ter estado relacionada com uma gravidez de Ana e a necessidade de Henrique VIII em não deixar sombra de dúvidas quanto à legitimidade de um herdeiro. A 1 de Junho, Ana foi coroada Rainha de Inglaterra sob o desagrado da população londrina que boicotou as celebrações. Henrique VIII foi excomungado pelo Papa Clemente VII por esta afronta ao direito canônico a 11 de Julho e em Setembro Ana deu à luz uma menina, a futura Elizabeth I de Inglaterra.

Enquanto rainha, Ana Bolena procurou introduzir muitos aspectos da cultura francesa na corte da Inglaterra. Continuou influente junto do rei e diz-se que foi por sua indicação que a maioria dos bispos da nova Igreja de Anglicana conseguiu o seu posto. Henrique VIII parecia satisfeito com ela em tudo, menos na falta de um herdeiro. Gravidezes subsequentes acabaram em abortos espontâneos e no nascimento de nado-mortos, o que resultou no desapontamento do rei. Em Janeiro de 1536, Catarina de Aragão morreu de doença prolongada, provavelmente cancro, e Ana teve o mau gosto de celebrar o evento vestida de amarelo quando o resto da corte, incluindo Henrique VIII, se encontrava de luto pela Princesa de Gales. A partir de então, Henrique VIII começou a afastar-se da mulher, que consequentemente se tornou vulnerável a intrigas. A gota de água terá sido a subida de Jane Seymour, aia de Ana Bolena, ao estatuto de amante.

Em Maio de 1536, após cerca de 1000 dias como rainha consorte da Inglaterra, Ana foi presa na Torre de Londres acusada de adultério, incesto e do uso de feitiçaria para atrair amantes e o próprio Henrique VIII. Além de, no desespero para gerar um herdeiro ao trono, ser acusada de ter tido relações com seu irmão George Bolena, dando a luz à um 'monstro'. Cinco homens, incluindo o seu irmão, George Bolena ou também nomeado Lord Rochfort, foram também presos e interrogados sob tortura. Baseado nas confissões resultantes, o Parlamento condenou Ana Bolena por traição a 15 de Maio. O casamento com Henrique VIII foi anulado dois dias depois, por razões desconhecidas, uma vez que os registos foram destruídos. A 19 de Maio de 1536, Ana foi decapitada na Torre de Londres e onze dias depois, Henrique VIII casou-se com Jane Seymour.

Curiosidades

A banda britânica McFLY faz referência à Ana Bolena em uma de suas música, intitulada Transylvania. Um filme chamado The Other Boleyn Girl (A Outra) será lançado em 2008. Natalie Portman e Scarlett Johansson interpretarão Ana e Maria Bolena, respectivamente, e Eric Bana interpretará o rei Henrique VIII. O filme terá direção de Justin Chadwick e roteiro de Peter Morgan. Abaixo estão o clipe e a tradução da música Transylvania:


Transylvania

Ana Bolena guardava uma lata
em que estavam todas suas esperanças e sonhos
ela planeja fugir com ele para sempre
(para nunca serem vistos novamente)

Deixou um bilhete e começou a sufocar
Pode sentir o nó que está em sua garganta
Está chovendo e ela deixa seu casaco de lado

Desculpe-nos mas nós discordamos
O garoto é ralé você não pode ver?
Nós iremos afogar seus pecados na miséria
E arrancá-lo da história

Pessoas marchando ao som da bateria
Todo mundo está se divertindo
Ao som do amor
Feio é o mundo em que estamos
Se estou certo então prove que estou errado
Estou atordoado para encontrar um lugar ao qual eu
pertença

Quem é seu amante?
Eu não poderia contar
Quando o inferno congelar?
Será quando eu disser
Quem é seu amante?
Eu não poderia contar, quando isso vai parar?

Correndo, caminhando no escuro
Ela está procurando por um coração solitário
Ela o encontra mas o coração dele parou
Ela desaba

Desculpe-nos mas Sua Majestade
Recusando ordens da Rainha
Resulta em uma monstruosidade

Lembre uma voz e ouça ele cantar

Pessoas marchando ao som da bateria
Todo mundo está se divertindo
Ao som do amor
Feio é o mundo em que estamos
Se estou certo então prove que estou errado
Estou atordoado para encontrar um lugar ao qual eu
pertença.

E aqui, o trailer legendado do filme A Outra:

domingo, 15 de junho de 2008

Curiosidades da Idade Média

Naquele tempo, a maioria das pessoas casavam-se no mês de Junho (início do verão), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em Maio, em Junho, o cheiro ainda estava mais ou menos. Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar bouquets de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí temos em Maio o "mês das noivas" e a origem do bouquet. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água (reparem que lindo), vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho, portanto quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebe lá dentro.

Vocês sabiam também que os sapatos da Idade Média nao tinham pé certo, os dois eram direitos ou esquerdos.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Arte na Idade Média


Integração entre pintura, escultura e arquitetura. Esta é uma das características das obras durante a Idade Média. Durante este período, a Igreja Católica exerceu forte controle sobre a produção científica e cultural. Essa ligação da cultura medieval com o cristianismo fez com que os temas religiosos predominassem nas artes plásticas, na literatura, na música e no teatro.

A pintura medieval, em especial, engloba a maior parte da arte produzida na Europa durante um período de cerca de mil anos; começou com a queda do Império Romano no século V d.C. e terminou com o começo do Renascimento, no século XIV. Ela abandonou as paisagens naturais e concentrou-se uma representação humanizada dos santos e das divindades. A pintura de murais, de vitrais e de miniaturas adquiriu grande importância.

Para desenvolver estas obras, os artistas não se preocupavam com meios tons ou jogos de luz e sombra, seus trabalhos eram sem relevo e faziam grande uso de símbolos para narrar histórias.

No final do século XIII, um artista italiano chamado Giotto criou um estilo realista que marcou o fim do período medieval na história da arte e o começo do Renascimento, e a conseqüente Idade Moderna.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A Peste Negra - Vídeo



Peste Negra é a designação que ficou conhecida, durante a Idade Média, a peste bulbônica, uma epidemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões, um terço da população da época.
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos ratos-pretos (Rattus rattus) ou outros roedores.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Feudalismo


A palavra feudalismo ou sistema feudal foi o modo de organização da vida em sociedade que caracterizou a Europa durante grande parte da Idade Média. Ele não foi igual em todas as regiões européias, variando muito de acordo com a época e o local.

A palavra "feudo" significa propriedade. Um feudo podia ser uma área de terra, um cargo, uma função eclesiástica ou o direito de receber alguma vantagem. Mas, quase sempre, o feudo era uma extensão de terra, concedida a alguém como "benefício", em troca de serviços. De qualquer modo, receber um feudo era adquirir poder sobre bens materiais e sobre as pessoas que dependiam desses bens.

O surgimento do feudalismo está associado à "decadência" do Império Romano, a conquista final de Roma e a formação dos reinos bárbaros. Essas transformações deram origem aos traços do sistema feudal, cujas características foram:

-> declínio das atividades comerciais, artesanais e urbanas;
-> a hierarquização social através dos testamentos;
-> a descentralização do poder político, em torno dos senhores feudais;
-> a importância do trabalho dos servos, cujos ombros suportavam quase todos os
-> serviços responsáveis pela subsistência material da sociedade.

Entre as contribuições dos romanos para o sistema feudal, podemos citar o conceito de vila, que eram unidades do mundo rural; o colonato, sistema de trabalho servil que se desenvolveu com a decadência do império romano, substituindo a mão de obra escrava; e a fragmentação do poder político, fruto da instabilidade existente no final do período imperial romano.

Entre as contribuições dos bárbaros ou germânicos para o feudalismo foi a economia agro pastoril, onde as atividades básicas da economia se baseavam no plantio e criação de animais; no conceito de comitatus, relação de fidelidade unindo o chefe militar e seus guerreiros; e o beneficio, que é a recompensa que os chefes militares davam aos seus soldados após obter alguma conquista.

Com o decorrer das invasões bárbaras que se iniciaram no século V, ocorreu uma "divisão" do poder político entre os grandes proprietários de terras, isto é, os senhores feudais. Os reis continuaram existindo, mas sem poderes plenos e efetivos. Os senhores feudais, reunindo funções administrativas, judiciárias e militares, governavam seus feudos de maneira autônoma, mandando e desmandando em suas regiões.

A união social era garantida pelos laços de vassalagem. Nessa relação, encontramos, de um lado, o suserano (proprietário que concedia feudos a seus protegidos) e, de outro lado, o vassalo (pessoa que recebia feudos do suserano, prometendo-lhe fidelidade).
Entre suseranos e vassalos estabelecia-se um contrato de vassalagem, que tinha início com a transmissão do feudo e compreendia dois atos solenes:

Homenagem - Juramento solene de fidelidade do vassalo perante seu suserano.
Investidura - entrega do feudo feita pelo suserano ao vassalo.

Direitos e Deveres

Uma série de direitos e de deveres competia a suseranos e vassalos.

-> Suserano - Dar proteção militar e prestar assistência judiciária aos seus vassalos; receber de volta o feudo, caso o vassalo morresse sem deixar herdeiros; proibir o casamento entre seus vassalos e pessoas que não lhe fossem fiel;
-> Vassalo - Prestar serviço militar, durante certo tempo, a seu suserano; libertar o suserano, caso ele fosse aprisionado; comparecer ao tribunal presidido pelo suserano toda vez que fosse convocado.

O feudalismo representou a base do sistema político e econômico da Europa durante toda a Idade Média, ou seja, entre os séculos V ao XIV. As suas estruturas acabaram por ir além da Idade Média, apresentando-se na Europa até o século XIX.


sábado, 7 de junho de 2008

Guerra dos Cem Anos


A Guerra dos Cem Anos aconteceu na Idade Média, entre os anos de 1337 e 1453. Esta guerra envolveu os reinos da França e Inglaterra. Foi a principal e mais sangrenta guerra européia do período medieval.

O conflito militar foi causado, principalmente, pela rivalidade entre Filipe de Valois, proclamado rei da França depois da morte de Carlos IV (último da dinastia dos capetos) e Eduardo III da Inglaterra. Este último pretendia ter direito à coroa francesa por parte de sua mãe. Disputas territoriais e comerciais também influenciaram o conflito.

Os ingleses foram vitoriosos na Batalha de Crécy (1346) e em Poitiers (1356). No reinado de Carlos V. graças a Duguesxlin, a fortuna das armas favoreceu a França. Porém, no reinado de Carlos VI, a batalha de Azincourt (1415) deu uma nova vitória aos ingleses.Quando o rei Carlos VII subiu ao trono, os ingleses ocupavam quase todo território francês. Surgiu, neste momento, a heroína Joana D’arc, que comandou o exército francês para várias vitórias, sendo a principal o cerco de Orleans. Porém, Joana D’arc foi capturada e queimada em 1431. Mas o impulso dado por ela fez mudar o caminho da guerra, dando vantagem para o exército francês.Em 1450, os ingleses foram derrotados em Formigny e, três anos depois, em Castilion. São expulsos da França, exceto em Calais, que só ocorre em 1558.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Joana D'arc


Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 (Idade Média). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida.

Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra. Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc.

Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen, no ano de 1431.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Dinastia Carolíngia


A dinastia carolíngia, como sucessora da merovíngia, revelou-se capaz de estender sua influência à maior parte da Europa ocidental. Pepino o Breve dedicou-se a ampliar os limites de seu reino, com o que a Gália se tornou a partir de então uma unidade territorial regida por uma coroa única, mas foi seu filho e sucessor, o futuro imperador Carlos Magno, quem levou o reino dos francos a seu período de glória. Os sucessivos ataques dos lombardos na Itália levaram o papa Adriano I a pedir ajuda a Carlos Magno que, no ano 774, conseguiu vencê-los e reclamou para si o título de rei desse povo. A Itália passou à esfera política dos francos. As campanhas militares de Carlos Magno continuaram por muitos anos, durante os quais ele derrotou saxões, frisões, bávaros e ávaros. Carlos Magno foi proclamado defensor da cristandade europeia e da igreja, e todos os demais reinos reconheceram a superioridade do reino franco. O papa Leão III, que precisava de apoio militar constante, coroou-o imperador no Natal do ano 800, e ele foi aclamado pelo povo como "augusto". Com isso, Carlos Magno uniu sua força e prestígio políticos ao título de imperador, até então reservado aos monarcas bizantinos que, forçados pela situação crítica em que se encontravam, em guerra contra búlgaros e árabes, reconheceram o título imperial do rei dos francos. Durante o reinado do novo imperador do Ocidente, a Europa experimentou notável desenvolvimento cultural, que se tornou conhecido sob o nome de "renascimento carolíngio". Preocupado com a pouca cultura do clero e dos funcionários imperiais, Carlos Magno mandou construir escolas nos mosteiros, catedrais e em sua própria corte. A obra do imperador lançou a ideia da Europa como unidade religiosa e cultural. Com sua morte, no ano 814, a coroa passou a seu filho Luís I o Piedoso. Entretanto, a crescente influência da nobreza e a proliferação das relações feudais debilitaram a monarquia e desestruturaram a unidade política. As lutas pela igualdade de herança e pela divisão territorial entre os filhos de Luís I precipitaram a desagregação do império fundado por Carlos Magno. No ano 843, o Tratado de Verdun definiu as fronteiras dos reinos que couberam aos filhos de Luís I: o de Lotário I, que também ficou com o título imperial, o de Luís o Germânico e o de Carlos o Calvo. Carlos III o Gordo, que tinha conseguido reunir quase todos os territórios do império franco, abdicou no ano 887. Foram criados então seis reinos independentes: França, Itália, o reino franco oriental (Alemanha), Provença, Borgonha e Lorena. Durante o século IX, os muçulmanos da Espanha constituíram uma força política unificadora e expansionista. No norte foram fundados reinos cristãos que logo estenderam seus territórios para o sul, com a Reconquista. Entretanto, a convivência entre muçulmanos e cristãos predominou por vários séculos. A vida económica reviveu durante o período de domínio árabe, e as artes e ciências fizeram grandes progressos. Nessa época, a Europa sofreu a invasão de uma segunda onda de povos bárbaros vindos do norte, que agiram, segundo a ocasião, de forma pacífica ou agressiva. Noruegueses, suecos e dinamarqueses, conhecidos como viquingues ou normandos, perpetraram ataques e invasões, sobretudo contra o litoral da Europa ocidental. A Irlanda sofreu, desde o ano 834, contínuos ataques dos noruegueses e, mais tarde, na segunda metade do século IX, dos dinamarqueses, o que provocou a fuga de numerosos monges para a França. Os normandos penetraram no interior da Europa, chegaram a Paris e a outras cidades do continente e fixaram-se no noroeste da França (Normandia) no ano 924. A partir de meados do século IX, conquistaram o centro e o norte da Inglaterra. No fim do século IX um novo povo atacou as fronteiras orientais da Europa: os húngaros, ou magiares. Ocuparam rapidamente a região do Danúbio, de onde partiram para incursões pela Itália, França e Alemanha. Em 1066, os normandos do noroeste da França, chefiados por Guilherme o Conquistador, invadiram a ilha. Desde então, intensificaram-se os contactos entre o arquipélago britânico e o continente. Na França, a monarquia foi incapaz de manter a unidade do reino. Os nobres se opuseram à coroa em defesa de seus próprios interesses. Até o século XI as monarquias europeias viveram um período de retrocesso económico em consequência das constantes guerras, das ondas de invasões, da cessação do comércio e do baixo rendimento agrícola. A insegurança, que manteve isoladas as populações europeias durante muito tempo, favoreceu a implantação do feudalismo. Esse sistema, cujas raízes remontam ao fim do Império Romano, caracterizou-se pela estruturação da sociedade com base na relação jurídica denominada vassalagem, estabelecida entre senhor feudal e vassalo ou servo, na qual o senhor proporcionava protecção em troca de fidelidade, trabalho e pagamento de tributos. Ao feudo, unidade física da relação de vassalagem, pertenciam seus habitantes, que passavam a vassalos do senhor a quem fosse transmitido o território habitado e cultivado por eles. Do ponto de vista económico e social, o feudalismo acarretou a divisão da sociedade em duas classes básicas: a nobreza, com diferentes graus de poder até a cúpula real, e o campesinato, cuja subordinação transformou-se gradualmente em relação de servidão. O feudalismo determinou a atomização do poder político, pois a sucessão de relações pessoais entre o rei e a alta nobreza, e entre esta e os pequenos senhores, criou um sistema de jurisdições e fidelidades particulares apenas simbolicamente subordinadas à autoridade monárquica. Além disso, a concessão de cargos administrativos com base nos feudos contribuiu para romper a unidade política dos diferentes reinos. Também a igreja se viu mergulhada na divisão da sociedade em classes, ou estados. Bispados, abadias e mosteiros possuíam grandes feudos e mantinham com seus vassalos o mesmo tipo de relações que os senhores leigos. Entretanto, a igreja teve papel fundamental na conservação e transmissão dos conhecimentos antigos e contribuiu para manter a unidade cultural da Europa, principalmente com a expansão da ordem beneditina.


sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Alta Idade Média na Europa

A penetração e a fixação dos povos germânicos no território do Império Romano deram lugar à formação de diversos reinos, a partir do início do século V. A autoridade imperial deixou de existir no Ocidente no ano 476, com a deposição de Romulus Augustus. A parte oriental do império, centrada em Constantinopla (atual Istambul), assumiu a partir daí o legado político de Roma. Os germânicos, ditos bárbaros pelos romanos, organizaram seus reinos dentro das antigas fronteiras do império e em áreas que nunca tinham sido ocupadas pelos romanos, como a Alemanha. Cada um desses reinos evoluiu de forma diferente para dar lugar às monarquias européias medievais. Os Ostrogodos instalaram-se na Itália, conduzidos por Teodorico, e constituíram um dos reinos mais importantes dos séculos V e VI. No fim do século V, os francos fixaram as bases do que seria posteriormente um dos reinos medievais mais poderosos da Europa. Convertido ao catolicismo, o rei Clóvis I conseguiu o apoio da população da antiga Gália com uma política de fusão entre os galo-romanos e os francos. Conseguiu impor-se a toda a Gália, expulsou os Visigodos para a Espanha no ano 507 e dominou os outros povos bárbaros, com exceção dos burgúndios, que foram vencidos por seus sucessores. Na península ibérica, os visigodos constituíram uma monarquia próspera e culta, na qual se fundiram os traços germânicos e as tradições seculares romanas. A monarquia visigoda esforçou-se para conquistar a unidade territorial e formar um estado. No século VI a monarquia visigoda chegou à plenitude com Leovigildo, que estabeleceu a unidade territorial depois de vencer os suevos do noroeste, os bascos do norte e os bizantinos do sudeste. A ocupação da península ibérica pelos árabes no início do século VIII foi favorecida pelas lutas entre Rodrigo e Áquila. O poder dos visigodos extinguiu-se em poucos anos e teve início uma nova etapa na península e na Europa, com a expansão do Islão Durante o século VI, o reino merovíngio dos francos sofreu constantes divisões entre os sucessivos herdeiros da coroa. Na Itália ocorreram acontecimentos importantes depois da conquista do reino ostrogodo pelo imperador bizantino Justinianus I, em meados do século VI. O Império Bizantino alcançou, nessa época, seu apogeu político e cultural, e Justiniano I, ajudado por seus generais Belisário e Narses, tentou reconquistar a parte ocidental do antigo Império Romano e restabelecer a unidade do Mediterrâneo. Na Grã-Bretanha, a invasão de anglos e saxões, em meados do século V, forçou os bretões a se refugiarem na Cornualha, em Gales e na Escócia, ou a se submeterem ao novo poder. Os anglo-saxões dividiram o território em sete pequenos reinos, que lutaram para estabelecer sua hegemonia sobre o sul da ilha. Os reinos surgidos no Ocidente deram nova fisionomia à Europa, mas não desapareceu totalmente a tradição que Roma havia legado. Em muitos casos, principalmente nos lugares mais romanizados, foram mantidos a ordem e o direito romanos, combinados com contribuições dos costumes jurídicos dos povos germânicos. Quando desapareceu o poder do império no Ocidente, a igreja arrogou-se a supremacia universal. O papa foi reconhecido como a autoridade máxima a que deviam se submeter os poderes temporais. Assim, a hierarquia eclesiástica de Roma representou o factor aglutinante das monarquias ocidentais. A progressiva conversão dos bárbaros ao cristianismo fez da igreja a instituição mais importante da Idade Média. A cultura, a arte, a ciência e as letras eram património eclesiástico. A constituição das monarquias europeias e do poder temporal do papa favoreceu o distanciamento político e religioso entre a Europa e o Império Bizantino.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A Baixa Idade Média na Europa

A Baixa Idade Média é considerada o despertar da Europa. Nessa fase da história européia a sociedade, que se desenvolveu e dominou todo o período é chamada feudal - nome derivado da instituição denominada feudo.

Feudo é sinônimo de benefício. Significa um bem ou direito cedido a alguém em troca de fidelidade e várias obrigações em especial militares. Aquele que cede o bem se torna suserano do que recebe e que passa a ser seu vassalo. Recebendo a terra , o vassalo passava a contar com um meio seguro de subsistência (já que viveria da renda e do trabalho do camponês), podendo dedicar-se inteiramente ao treinamento e serviço militar. Formou-se assim uma camada de grandes proprietários, ligados uns aos outros por laços de suserania e vassalagem e que, exploravam o trabalho do camponês, fosse este livre (vilão) ou semi livre (servo).

terça-feira, 27 de maio de 2008

A Idade Média


A Idade Média ou Idade Medieval foi um período intermediário numa divisão esquemática da história da Europa em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea. A Idade Média é dividida em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. A Alta Idade Média corresponde a um período que vai da queda do Império Romano do Ocidente, em 476, até o ano 1000 após ao qual inicia a Idade Média Clássica. A Baixa Idade Média corresponde ao século e meio que antecede ao Renascimento, ou seja, 1300 a 1450.